domingo, junho 02, 2013

Solidão

O cheiro de sabonete importado domina o quarto. De olhos fechados, meu quarto de hotel em Macapá poderia ser em qualquer lugar do mundo. O ar gelado e o cheiro de relva de Roger & Gallet me transportam pra longe. Enquanto agradeço à tecnologia pelo contato com meus amigos e meu amado, sinto a cama vazia sobrando por todo lado. Sozinho, assim como no lobby, comendo uma massa congelada com um vinho individual. Sozinho assim.
Fantasias mil na cabeça. Estou em Londres. Estou em Amsterdam. Contas mil enquanto tento visualizar minha viagem de férias. Seriam as férias uma pequena fuga, uma forma de fazer de conta? Ainda não sei... Mas espero por elas... Como quem acordou de um sonho e se esforça para dormir e retomar de onde parou.

Limpando pra reabrir...

Sem planos, olhou para o chão sujo e caixas abertas espalhadas e disse: Talvez seja hora de recomeçar.
Catálogo de emoções, relatório de ocorrências, não sabe ao certo.
Apenas que retoma o fôlego e se prepara para o novo, mais uma vez.
Afinal, nunca haverá um fim ao novo. Pois o que é novo hoje pode já ter sido velho antes. Tudo se desmancha e se reconstrói. Tudo se reorganiza.
Só aquilo que foi deixado de lado não se renova, ao menos, até que seja tocado.